O Processo Iniciático no Egito Antigo - Max Guilmot




Que é exatamente Iniciação? Deve-se fazer distinção entre seu procedimento, isto é, sua operação funcional, e sua finalidade. A finalidade é um estado ou condição de preparação. Esta preparação consiste numa série de testes ou provas, aplicados ao candidato para determinar se ele é digno de elevação a uma posição religiosa ou social superior. Constitui também uma espécie de instrução, o ensinamento, usualmente em forma simbólica, de um conhecimento especializado.

O aspecto funcional da Iniciação é a sua estrutura ritualística. A importância de o candidato ser testado é incutida no mesmo duma forma dramática. Em outras palavras, o objetivo, aquilo que se espera do candidato, é encenado. Esta espécie de iniciação exerce sobre o indivíduo um impacto emocional que um discurso dialético ou retórico, por si só, não teria.

Os incidentes dramáticos da Iniciação destinam-se a afetar toda a escala do Eu emocional do indivíduo. Podem provocar, por exemplo, medo, ansiedade, depressão momentânea e, finalmente, prazer a ponto de êxtase. A verdadeira Iniciação esotérica, conforme realizada hoje em dia por ordens fraternais de natureza mística, metafísica e filosófica, combina os fundamentos de iniciação que podem ser remontados às cerimônias efetuadas antigamente no Egito, em Roma, na Grécia, e por certas seitas da Idade Média.

A admissão às antigas escolas de mistério sempre se fazia sob forma de Iniciação. À gnose, ao conhecimento especial que devia ser transmitido ao candidato, era atribuída natureza sagrada. Acreditava-se que esse conhecimento tinha origem divina e era revelado através de oráculos e sacerdotes. Assim, a Iniciação, em seu antigo caráter, era um sincronismo de religião, metafísica, e aquilo que podemos chamar de filosofia moral.

O tema da Iniciação girava em torno de mistérios comuns aos homens da época; mistérios esses, porém, que ainda desafiam a razão a inteligência e a imaginação do homem moderno. Eram eles: a origem do universo e do homem; a natureza do nascimento e da morte; as manifestações de fenômenos naturais, e a Vida após a morte. O conhecimento transmitido ao candidato, verbalmente e por simbolismo, bem como pela encenação de papéis ritualísticos, destinava-se a esclarecê-lo quanto a esses mistérios.

Como esse conhecimento era sacrossanto, não devia ser profanado por revelação a um indivíduo não iniciado, despreparado e desqualificado. Conseqüentemente, solenes juramentos eram exigidos dos candidatos, no sentido de nunca divulgarem o que conhecessem durante a Iniciação. Muito se fala do fato de que essas Iniciações eram realizadas há milhares de anos, no Egito. Mas, devido a seus sagrados juramentos, bem pouco chegou aos nossos dias, como matéria autêntica, revelando os verdadeiros ritos de tais Iniciações. O Museu Egípcio Rosacruz, sob a direção da Suprema Grande Loja da AMORC, Ordem Fraternal e Cultural de âmbito mundial, orgulha-se de apresentar esta tradução dos textos hieroglíficos relacionados com essas Iniciações tradicionais.

Esta apresentação foi possível graças à excelente pesquisa e ao ardoroso trabalho do conhecido egiptólogo, Dr. Max Guilmot, a quem estendemos nossos profundos agradecimentos.






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