Projeção Astral - O despertar da Consciência - Liliane Moura Martins

Projeção Astral - O despertar da Consciência - Liliane Moura Martins


Que eu me lembre, tinha 12 anos quando pela primeira vez saí do meu corpo. Eu tinha um quarto só para mim, enquanto meus dois irmãos mais velhos dormiam ao lado do meu. Sempre que eu me deitava, fazia uma prece curta, como minha mãe havia me ensinado e ao acordar idem.

Minhas noites de tormento começavam quando eu estava quase caindo no sono, pois era nesse momento que eu escutava sempre o mesmo som ou ruído aparentemente fora de minha cabeça, aumentando cada vez mais. Claro, influenciada pelo medo de uma adolescente, achava que havia alguém se arrastando pelo tapete em direção à  minha cama. Com isso, entrava em pânico e sentia meus batimentos cardíacos aumentarem até que eu acordava num salto com a respiração ofegante. Naquele instante o que eu mais queria era me levantar da cama e ascender a luz, pois sempre que fazia isto, os sintomas desapareciam e eu dormia melhor. Todas as noites eram assim. Mas houve uma que foi diferente. Simplesmente acordei projetada fora do meu corpo, flutuando bem em cima dele, sem passar pelos sintomas que antecedem a projeção.

O primeiro pensamento que veio em minha mente foi que eu estava morta. Havia uma luz em volta de minha cama, uma luminosidade esbranquiçada que parecia uma cúpula energética que não me deixava sair dela. Senti meu espírito (assim eu o chamava na época) tocar o teto e ao mesmo tempo eu contemplava meu corpo físico deitado serenamente mais parecendo um corpo sem vida. Comecei a me preocupar com meus pais. Como eles ficariam ao me encontrar morta ali? Sentia o nervoso tomar conta de mim e sem perceber, fui puxada em direção ao meu corpo físico abruptamente ao mesmo tempo em que acordei desesperada. Sentei na cama e comecei a chorar. Dúvidas pairavam em minha mente. Como eu podia estar ali acordada depois de ter me visto fora do meu próprio corpo?

Não tinha mais dúvidas de que eu não tinha morrido naquele instante, pois estava acordada e me sentia bem viva. Nesse momento tive a certeza de que existia algo a mais para explorar do que simplesmente me acomodar a vida que eu tinha. Comecei a procurar livros que falavam sobre o assunto, mas só o que eu encontrava eram livros espíritas com estórias de romances e muito pouca informação. Minha busca terminou, ou melhor dizendo, começou realmente, quando encontrei uma pessoa que abriu minha mente com informações ricas e construtivas sobre o que acontecia comigo desde criança. Assistindo uma palestra do Profo Wagner Borges consegui definir em apenas 1 hora de bate papo minhas saídas do corpo. Nada mais do que “Viagens Astrais”, ou como aprendi, Projeção Astral ou Projeção da Consciência. Depois de 15 anos continuamos grandes amigos, além, é claro, de meu eterno professor.

Hoje agradeço por ter feito grandes amizades na área de pesquisas Projeciológicas, pois me trouxeram um rico aprendizado a respeito de minha essência como Ser Divino enroscado nessa teia da vida que criamos por carências ainda não explicadas.

Desde pequena, sempre gostei de especular as razões de tudo na vida, sendo muito racional. Você já parou para se perguntar do que somos feitos? Refletia muito sobre isso. E se formos feitos à partir de uma Ordem e de repente, essa Ordem, ou Deus, Força maior, Poder Criador, resolveu ter uma “idéia” à respeito de Si mesmo, como por exemplo: “E se eu fosse diferente do que Sou?” Como Eu seria?

Se isso é a “verdade”, acredito que desta forma a Ordem foi transformada em Caos, ou seja, em pura ilusão. Podemos pensar que somos todos extensões do Próprio Deus em expansão manifestando a “idéia” de sermos diferentes D’Ele. Criamos a nossa falsa realidade então. Entramos nessa roda da vida, entre idas e vindas como reencarnantes nessa teia que chamamos de vida. Você pode estar se perguntando “quem” resolveu pensar nessa “idéia” de ser diferente. Eu te respondo: você mesmo, eu, e ele e os outros. Afinal, somos todos Um. Não há culpado nem vítima nessa história, e sim, apenas uma “idéia” manifestada por todos nós à partir de Deus.

Desde menina, me lembro que perguntava para a minha mãe, de onde eu tinha vindo, quem me fez e para onde íamos depois da morte. Queria saber também o quê existia antes de Deus. Se Ele nos fez, quem havia feito Deus?

Baseado nessa teoria, gostaria de começar uma explicação, ou poderia dizer, “especulação” sobre o que podemos chamar de consciência, para que possamos compreender melhor como se processa a Projeção Astral e para que poderá servir a lucidez fora do corpo. Mas antes, quero expor um texto com a permissão de um grande amigo que tive a honra de conhecer e que me ajudou muito no caminho do meu “despertar”.

“A teoria do Big Bang sugere que o Universo, desde a sua origem, vem se expandindo de um único ponto, criando assim o espaço. Alguns cientistas chamam esse ponto de “átomo primordial”, que se expandiu através do tempo. Podemos dizer, portanto, que o próprio tempo e o espaço tiveram uma origem. Fica inevitável a idéia de que existe algo que não pertence ao espaço e ao tempo, algo anterior, algo que sempre existiu e que nunca foi criado, algo absoluto, imutável e que, portanto seja a fonte de origem de tudo que conhecemos. Se não existia o espaço e o tempo, apenas esse algo absoluto, a fonte criadora, a possibilidade de qualquer expansão só é dada em si mesmo. Se a fonte criadora se expandiu em si mesmo, o fruto de sua expansão está contido em si mesmo, ou seja, não há diferenciação entre a fonte e sua expansão. A expansão é a própria fonte, não existindo nenhum grau de separação. Einstein provou através de sua teoria da relatividade que o espaço e o tempo são relativos. O espaço e o tempo são relativos a um ponto de referência. Partindo do principio que a fonte criadora é a única coisa que há, qualquer relativismo em relação a ela se torna meramente uma idéia absurda e, portanto, sem efeito. Evoluir é tornar-se algo diferente do que se é. Acreditar, portanto, em evolução é acreditar que o imutável, o absoluto, precisa de melhoria, o que torna essa idéia também absurda. Por isso não existe processo evolutivo. O que existe, de fato, é um processo de despertar. Evoluir é negar o que se é e projetar inutilmente em um ponto distante e futuro, portanto relativo, o que se deseja ser. Enquanto que o despertar é apenas o simples reconhecimento do que já se é.”

-Ricardo Todeschini












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